Los bigotes de un niño

27 de outubro de 2010



Abel (2010) é o primeiro filme do ator mexicano Diego Luna. A relação entre mãe e filho da história é explorada pelo diretor que perdeu a mãe quando ainda era criança. Para refrescar sua memória Luna atuou em “Milk, a voz da liberdade” – 2008 e, ao lado de Gael García Bernal, em “E sua mãe também” – 2001. No atual Bernal também participa, dessa vez é produtor executivo com ninguém menos que John Malkovich.

A história contada é a do pequeno Abelardo (Christopher Ruíz-Esparza), garoto de 10anos que tem autismo. Depois de passar um bom tempo em um hospital psiquiátrico, ele volta para casa. Sua mãe Cecília (Karina Gidi) vive a difícil tarefa de cuidar da adolescente Selene e do pequeno Paul sozinha, já que o pai das crianças sumiu há dois anos. Nessa atmosfera pouco favorável, o menino vê para si um papel mais adequado que a de “filho problema”, ele passa a ser o homem da casa, dando ordens nos irmãos e dormindo na cama da mãe. Isso até o pai deles reaparecer, abalando a frágil estrutura familiar inventada por Abel.

Com cenas cômicas e a atuação excepcional de Karina Gidi, o enredo trata de um tema conhecido desde o clássico Ray Man (1988) de forma bem singular. O longa se passa em uma comunidade simples, mas nem por isso precisa apelar para a pobreza, ali, a aflição da mãe em cuidar do filho e o complexo de Édipo vivido pelo menino é que são os pontos fortes do filme. O ator mirim Christopher Ruíz-Esparza rouba a cena em muitos momentos como quando desenha “los bigotes” que faltam ao gato feito para a escola pelo irmãozinho Paul.

A fotografia do longa-metragem não chama muito a atenção, salvo uma ou outra cena como a da piscina. Os poucos silêncios da história são bem aproveitados e a trilha sonora é usada como pano de fundo, costurando todo o filme. Para quem tem interesse pelo tema e não pôde assistir durante a Mostra, espere sair no circuito alternativo, Abel tem forte traço psicológico, vale seu tempo e sua pipoca.

Trailer em espanhol (sem legendas)

1 comentários:

Renats 01 novembro, 2010 19:06  

Lu, muito bom o texto. Diego Luna se saiu muito bem, demostrou muita sensibilidade ao trabalhar com um roteiro que de certa forma é pesado... Ele tem tudo para ser um grande diretor. Na minha opinião o destaque vai para a atuação dos irmãos, encantadores, adorei!

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