Reencontro

28 de março de 2011

Uma das melhores (e piores) atitudes da vida é ser autêntica. Doa a quem doer (costuma doer mais no ser autêntico), a autenticidade é libertadora. Ainda que agir assim não lhe deixe mais seguro do dia de amanhã, certamente fará diferença neste amanhã você não ter sido falso hoje.

Como faz diferença não ser falso com você mesmo. Só tenha cuidado para não machucar os outros no caminho. O ideal é ser verdadeiro sem ser agressivo. Achar este equilíbrio traz paz de espírito. É algo digno do que ensinou o poeta:

“Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.” (Fernando Pessoa/ Para ser grande)


Hoje reencontrei uma moça grande. Em São Paulo ela se perdeu de mim, mas ela nunca deixou de ser autêntica, destemida. Gosto tanto dela. Foi uma grata surpresa revê-la debaixo de um bloco em Brasília. Estava com saudades. E eu que achava que tinha perdido essa moça para sempre.

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Um vício para chamar de meu

23 de março de 2011



Tudo começou quando cheguei a São Paulo. Em qualquer lugar que eu ia alguém me oferecia. Era até ostensivo. Estava por toda parte. Comecei a pensar esporadicamente na ideia, mas depois o pensamento cresceu, não queria mais sair da minha cabeça. Comecei a ignorar a oferta tentadora. Neguei o quanto pude. Achei que assim poderia me livrar. Sabia que aquele era um caminho provavelmente sem volta.

Toda vez que tinha vontade de usar, mudava de pensamento. Procurei alternativas. Não conseguia mais evitar. Resolvi parar de me preocupar com o pensar, era só esquecer o assunto e não teria mais problemas.

Eis que em um domingo qualquer, quando estava prestes a pedir o meu já tradicional Mocha Branco, soltei um “meu!”, assim sem pensar. Fiquei desesperada, pus a mão à boca. Comentei com uma amiga que era a primeira vez que usava aquela viciante gíria paulistana. Ela exclamou: “Seu primeiro meu? Parabéns! Dá aqui um abraço.”

Fiquei sem graça. Afinal, falar “meu” é feio. Aliás, horroroso é mais apropriado. Não vejo como isso merece congratulação. Só falei uma vez, juro! Mas maculei minha alma carioca, sei. É que isso vicia. Em minha defesa alego que há mais de dois anos sou obrigada a ouvir essa gíria diariamente.

Enfim, agora posso me considerar nativa na língua paulistana, meu! Hoje mesmo falei que ia almoçar um lanche. Essa praga que os paulistanos usam para definir sanduíche também saiu sem pensar, o que só piora para o meu lado. Acho que não tenho mais salvação. Paciência.

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Ciao Belas!

18 de março de 2011

Parece impossível, mas acabou. Não terei mais pipocas com essência de manteiga, nem aulas de dança vistas da janela. Hoje fui à última sessão do Belas Artes. O clima de Adeus era visível.

Ao chegar às 21h20, só tinha lugar para ver a comédia “No tempo do Onça”(EUA, Charles Riesner - 1940). Fiquei feliz de ainda ter ingressos à venda. Mas na verdade queria muito assitir o filme “O joelho de Claire” (França, Eric Rohmer - 1970) porque a película já tinha um significado especial para mim. O filme francês passaria na sala 4 – Aleijadinho. Tomei coragem e pedi na cara de pau para entrar. Consegui. Foi até fácil. Acho que foi meu charme carioca ou a complacência do moço da entrada, ele sabia que aquela era uma despedida.

O fato é que a partir de hoje um pedacinho do que eu e tantas outras pessoas vivemos em São Paulo é passado. Sabe o que o Totó sente quando vê que o cinema Paradiso não existe mais? Acho que finalmente entendi.

Dei adeus ao Belas Artes, torço para que seja um breve até logo. Pelo menos posso dizer que já faço parte da história da cidade do impossível.


Trailer do filme Nuovo Cinema Paradiso (Itália, Giuseppe Tornatore - 1988) Um dos melhores filmes que já vi

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Confete paulistano

9 de março de 2011

Carnaval de Arlequim - Joan Miró

A pipa do vovô não é mais a mesma. Nem o carnaval paulistano. Enquanto escrevo esse texto, tem um monte de foliões aqui embaixo. Estou no coração da cidade do impossível e amanhã é quarta-feira de cinzas. Quase todo mundo vai trabalhar. Mas e daí? Quem diz que em São Paulo não tem carnaval certamente não conhece essa cidade.

São Paulo tem muita folia sim. Se você ficou por aqui e não aproveitou as festas, admita, foi porque não quis. É isso mesmo. Assim como o vovô moderno hoje pode tomar um remedinho da felicidade e alegrar a vovó nos dias de feriado, foi-se o tempo em que você não poderia curtir um sambinha na cidade do impossível. Em 211, você poderia ir atrás do bloco do Minhocão (que não tem nada a ver com a pipa do vovô, hein?) ou poderia ir à Praça Benedito Calixto. essa praça anda mais lotada que nos dias de feira! Isso sem falar do Carnaval da Vila, o bloco da Alameda Santos e outros tantos.

Calma! Não vou falar de todas as possibilidades que você perdeu por aqui. E antes de me xingar por só postar esse texto hoje, deixo algumas dicas da ressaca do carnaval. Ainda dá pra aproveitar:

Na quinta, de acordo com o R7, tem a ressaca paulistana no Camarote da Brahma no Anhembi.

Na próxima sexta, tem o desfile das campeãs, também no Anhembi. Fui ano passado, é bem animado! Os ingressos você pode comprar no ingressofacil.com. A Folha tem uma matéria sobre o assunto.

O Bar Brahma também é sempre uma boa pedida de samba na cidade, mas prepare o bolso, não é muito barato. Que tal no próximo sábado? A Vai-Vai toca lá 2h da manhã e antes disso tem Baile de Carnaval. Dá uma olhada no site.

Se ainda estiver no pique, tem Gambiarra no domingo dia 13 – essa festa super animada sempre tem um clima de carnaval. Quem já foi sabe do que falo. http://www.gambiarraafesta.com.br/

Quantas vezes não ouvi “Carnaval em São Paulo? Impossível!” Provado que isso não passa de uma lenda! Mas vamos combinar, de todas as marchinhas de carnaval, a que mais combina com o espírito da cidade é sem dúvida: “Ei, você aí! Me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí! :)

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