Um dramalhão islandês

27 de outubro de 2010

Esperava mais de Mamma Gógó (2010), filme islandês autobiográfico de Fridrik Thor Fridriksson. O transtorno mental abordado no enredo é o mal de Alzheimer vivido por Gógó, mãe de duas mulheres e um diretor cinematográfico falido. Muito boa a atuação de Kristbjörg Kjeld na pele da personagem que apronta poucas e boas com seu filho cineasta. Mamma inunda a casa, embebeda o neto e conversa com o marido morto. Tudo graças à doença que carrega.

Apesar de ser sensível, em algum momento a história se perde e tende ao clichê. Fridriksson acerta no uso metalinguagem e mostra a doença com uma certa dose de humor e esperança. Mas exagera na menção ao seu outro longa-metragem “Filhos da Natureza”, é quase uma propaganda. O drama familiar não toca como deveria. Não há aprofundamento do sentimento da mãe ou do filho, fica meio solto. Ainda assim, é um filme islandês, raro nesse lado dos trópicos, só isso já é motivo para assistir na Mostra. Mas ele também já saiu de cartaz. Quem sabe na repescagem da Mostra?

Saí da sala de projeção lembrando do argentino com a mesma temática “O Filho da Noiva” (2001). Os dois longas falam do mesmo assunto e têm cenas cômicas, mas o portenho sensibiliza muito mais. Será que a cultura da Islândia é tão diferente que influencia na forma de fazer cinema? De qualquer maneira, é unanimidade neste universo que para fazer boas produções é preciso contar uma boa história. A de Fridriksson é razoável e a de Campanella, já se conhece, é emocionante.

Abaixo o trailer de Mamma Gógó com legenda em inglês

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