Doce Leitura

8 de julho de 2011

Foto: Simone de Beauvoir


Estes dias entrei em uma livraria super charmosa que cheirava a café. Na porta tinha uma plaquinha que dizia: Só abrimos depois do meio dia! Depois da meia noite, a gente brinca. Achei curioso. Entrei. Procurei os donos da loja para saber o significado daquela placa. Não estavam lá. Resolvi passear pelas letras.

O lugar todo tem paredes pintadas com gravuras de escritores. Tão lindo! Estantes e mais estantes de literatura brasileira com o semblante de Dom Machado de Assis. Sir Shakespeare faz as honras da seção de livros em inglês. Simone de Beauvoir, muito bem comportada, está pintada para me mostrar o maravilhoso mundo de Alexandre Dumas, Stendhal e outros autores franceses. A lânguida Florbela Espanca divide com Saramago o espaço que dá acesso aos portugueses.


Mas o que chamou a minha atenção mesmo foi uma estante reservada a novos escritores. Nossa! Sempre quis uma seção com escritores novos em uma livraria, já pensou se eu fosse uma das primeiras a ler o próximo Nobel de literatura? É como conhecer uma banda de sucesso quando ela ainda está na garagem! Livros raros? Ali também tem. Matemática, direito, comunicação, tecnologia, tudo. Dicionários! Até um espaço para fazer download de e-books! Você pode levar o computador ou receber as instruções de como baixar o livro por e-mail, a preços módicos.


Caso tenha fome, ao lado da parte de culinária e gastronomia, tem uma cafeteria de fazer qualquer um babar. Uma mistura de doces internacionais com café nordestino. Mas como sou um clichê ambulante, pedi um pão de queijo bem mineirinho! Humm!

Claro que fiquei louca para saber quem eram os donos daquele lugar angelical, com um astral tão sublime que me fazia suspirar. Sou que os donos estão em Alexandria negociando livros para a parte dos raros. A gerente disse que eles são apaixonados por livros, excêntricos, gostam de reunir pelo menos uma vez por semana um grupo de crianças para contar historias. Eles têm até um site para o clube do livro. Ela disse que a maior adesão é dos jovens, eles gostam dos livros virtuais.

Antes de ir embora, lembrei da placa na porta. Que significa? Perguntei. A gerente sorriu. "Eles detestam acordar cedo. Mas em compensação, aqui funciona até as 2 da madrugada. Depois da meia noite, isso aqui é quase uma balada. O dono alega que é de noite que a magia de escrever floresce". Disse também que muitos escritores novos se reúnem ali, é um lugar de boemia, de polêmica, de alegria e, essencialmente, de cultura.

Dá pra não se apaixonar por um lugar assim? O nome da livraria? Doce leitura. Um dia eu digo onde fica.

3 comentários:

Laís Dias,  27 setembro, 2011 11:31  

Olá! Adorei o post e gostaria muito de saber aonde fica essa livraria, lendo seu post me senti em Pasárgada, como meu querido amigo Manuel Bandeira!
Aguardo...

Abraços!

Marilucia Rocha de Almeida - Picanço 18 outubro, 2011 14:09  

minha doce filha, escritora de talento nato!! adorei a crônica, aliás parodiando Heloisa Seixas, é um conto minimo e muito rico!! acho que vamso montar, finalmente nossa livraria!!

Natalidade 29 agosto, 2013 16:56  

Olá, adorei o post.
Gostaria mesmo de saber onde fica a livraria.
Digo, acho que entendi. Vocês já inauguraram a livraria? ^^

Abs,
Nathale Martins
(natalidade@gmail.com)

Postar um comentário

metropofagia

  © Blogger template Noblarum by Ourblogtemplates.com 2009

Back to TOP